sábado, 27 de junho de 2020

2020 - Turquia 02



Hospedadas e acomodadas, dividia o quarto com a Ione e a Margareth, na tv tinha boas vindas em meu nome.... ai que chique, adorei!

Manhã seguinte já acordei naquela expectativa, será que vai valer a pena essa distância toda? Assim que abrimos a janela, a surpresa, NEVEEEEEE.. valeu a pena sim!

Eu não havia pensado nisso, mas gostei demais, acho que foi até melhor não saber, se já estava temendo o frio sem neve .... (teria levado o guarda roupa da família inteira e não daria conta de carregar tanto peso).

Café da manhã dos deuses, muito iogurte, mel, frutas secas, tomate e verduras além dos pães. Eu como gosto de novidades, passei a comer tomates com salsinha e outras folhas além de tudo o mais que não deixei por menos, que delícia.

Assim que saímos, aquela lindeza toda, neve caindo, floquinhos voando, e a minha primeira vez vendo a neve foi surpreendente e deliciosa. O frio estava lá, mas não posso dizer que foi o maior frio que já senti, é frio, mas as blusas segunda pele, as meias quentes e a botinha da Bruna deram conta de me manter aquecida e muuuuito feliz. Lá vamos tirar fotos, levei a minha 60D guerreira com a lente 18/135mm e ela cumpriu seu papel. Eu estava e estou ainda com dor no pescoço, (um desgaste na cervical), por recomendação médica levei os remedinhos, mas a câmera não pesa assim como a lã não pesa para o carneiro, sem ela o peso estaria insuportável.

O primeiro lugar que paramos foi o café Pierre Loti, famoso pela vista belíssima principalmente ao por do sol, estava deslumbrante aos meus olhos, a vista é do Corno de ouro, justamente por causa da luz dourada do entardecer, pra nós teve outras cores, tudo branco, cravejado de flocos de neve. Quem sabe ainda volto lá pra ver tudo dourado, a vontade ficou......





Um fato pra não esquecer, o acesso a esse café é feito por teleférico, na volta entramos eu e uma das colegas numa cabine onde já estavam algumas mulheres. Não sei dizer se também eram turistas muçulmanas ou moradoras, mas quando nós entramos na cabine elas começaram a conversar alto entre elas e saíram da cabine. Nós ficamos sem ação, as outras colegas nos chamaram e quando saímos, elas entraram..... aqui eu colocaria uma carinha tampando a boca!!! Uma sensação no mínimo, estranha. O que é ser estrangeiro num país distante.. A gente não pensa sobre isso, mas o preconceito separa e classifica as pessoas, eu não pertencia àquele ambiente como aquelas mulheres. Durante o restante do meu texto ainda vou achar outras palavras pra descrever o que eu senti. O mundo é um único pontinho no universo, a espécie humana também, o gênero também.... então?? O que nos separa? Segundo Rousseau é a propriedade que gerou toda desigualdade, talvez eu leia outros autores e encontre outras explicações, por enquanto fico com essa.

Aquelas mulheres que não aceitaram descer num teleférico com estrangeiras, aceitam rezar nas mesquitas no entorno, não podem estar no centro, nem perto dos homens, será que deus se ofende com a proximidade de mulheres? Que mundo machista este nosso. Aqui achamos que estamos no paraíso onde não tem racismo nem machismo, igualmente estúpido.

Bom, mas vamos para as partes boas, saindo dali fomos para a mesquita de Suleiman, o magnífico. Tirar os sapatos era obrigatório, mas também era proporcionar uma melhor experiência com o lugar. Tinha pesquisado, visto videos, acompanhado viajantes do Instagram e do Youtube. A descrição histórica e a contextualização foram muito boas, mas tirar os sapatos e entrar naquele lugar e colocar os olhos surpreende. Fotografias e vídeos vêm através das lentes e podem variar de ângulo, perspectiva, profundidade, etc...

As lentes oculares quando se deparam com imagens, levam até o cérebro e despertam sensações. A antiga forma de ver ainda é a melhor. As fotografias que vou colocar aqui são recortes daquele ambiente vermelho de cúpulas redondas muito altas com os fios dos lustres pendurados, o que eu senti está nas palavras e me faltam palavras. Viajar é uma gostosa maneira de viver, ainda que seja pra o lado de trás da nossa casa ainda mostra o que não tínhamos visto ontem.







domingo, 21 de junho de 2020

2020 - Um ano atípico! Turquia 01




Janeiro se passou na paz, com os preparativos para minha viagem para a Turquia.

Estou relatando isto em junho de 2020, embora tenha tido bastante tempo pra escrever, os fatos ocorridos são auto-explicativos e vão justificar.

Muita ansiedade por essa viagem e nem preciso me estender. Uma reforma acontecendo, uma mudança prevista para breve, um custo alto de uma viagem internacional, os dias de trabalho perdidos, (embora eu tivesse umas horas de folga pra tirar, mas de forma informal) em muitos momentos bateu arrependimento. Daqueles bem grandes de calcular os prejuízos.... ainda bem que os prejuízos seriam muito e eu não desisti.

Fevereiro chegou, e agora como arrumar essa mala, inverno no hemisfério norte! Eu nunca havia estado em invernos rigorosos e recorri as amigas, assisti vídeos no YouTube..... peguei roupas emprestadas da Miriam, da Ione (apenas adereços, tá), comprei roupas na Decatlon. Mesmo assim o frio era uma insegurança. Adivinha se com toda essa assessoria eu acertei na mala?? Claro que não........ Levei muito peso desnecessário e faltou roupa básica e fotogênica pra fica legal nas fotos, houve dias que estava lamentável, mas nada que um P&B não dê um jeito.

Chegado o dia, passaporte renovado, (porque descobri em novembro que o meu estava vencido), malas prontas, vamos nós! Eu e a Margareth Alvarado nos encontramos no prédio novo pra deixar o carro na garagem e embarcar de UBER para o aeroporto. Eu nunca havia atravessado o oceano Atlântico. Foi um marco importante, meu pai fez essa travessia de navio em sentido inverso em 1922 e da minha família eu fui a única que consegui essa façanha.

Noite toda voando sobre o mar e quando estava acordada corria na telinha pra conferir onde eu estava. A escala era em Barcelona na España, onde chegamos pela manhã pra aguardar a conexão que nos levaria pra Turquia a tarde. Pousar em Barcelona já foi "a glória", usar minhas notinhas de Euro pela primeira vez. Observar que havia muitas pessoas de origem oriental usando máscaras, pois havia um vírus chamado Corona circulando pela China, foi até engraçado. Os orientais já usavam essas máscaras faz tempo.... achava que eles seriam cautelosos até demais. Eu tinha álcool gel pendurado na mochila, orientada pela sobrinha amorosa.

Chegamos quase ao anoitecer, meu relógio biológico já estava maluquinho, são 6h de fuso horário. Chegando em Istambul estava chovendo e frio, no trajeto até o hotel (depois da dificuldade de se achar no aeroporto, nem sei contar como as colegas resolveram e acharam o nosso guia). A primeira impressão que, é claro, não compartilhei com ninguém foi de decepção, que lugar estranho e feio.....

No hotel, começaram as surpresas, um guia falando espanhol nos recebeu e orientou, hotel luxuoso e lindo. Muitas pessoas circulando com curativos na cabeça, eu achei que fosse alguma coisa relacionada a religião muçulmana. Fiquei sabendo em seguida que Istambul é a capital européia campeã de cirurgias de implante de cabelo. Eram muitas pessoas, inclusive mulheres com os curativos na cabeça.

Vou encerrar este post por aqui, já me trouxe alegrias das boas memórias. Mas continuo em breve, que tem muita história.