terça-feira, 8 de setembro de 2009

No início do meu blog, contei que fui convidada pra participar de um grupo de professores alfabetizadores, no DOT (diretoria de orientação tecnica) para estudar um pouco mais sobre alfabetização. este mês a tarefa do encontro era escrever uma carta contando a trajetória e o crescimento profissional, eis a minha......
Preciso melhorar meu texto, mas estou no caminho.....





Recortes da minha trajetória como professora:
Ingressei na carreira do magistério em 1985, após a conclusão do magistério em 1982 na Escola Estadual “Padre Anchieta”, no bairro do Brás em São Paulo. Tive o privilégio de passar no primeiro concurso de que participei e entrei na rede municipal de ensino como professora titular de Educação Infantil. Um privilégio e ao mesmo tempo um sofrimento, não sabia o que fazer com aquelas 40 crianças de 4 anos durante 4 horas seguidas. Uma assistente de direção me ajudou muito, deu boas dicas que se tornaram apropriadas.
Depois de idas e vindas na carreira e na vida, em 1995 tive atribuída minha primeira sala de alfabetização. A coordenadora da escola (rede do SESI) confiava no trabalho que eu havia feito no ano anterior com uma sala de 2º ano e me atribuiu um 1º ano. Nos encontros de planejamento que era construído junto com as colegas de outras séries e acompanhado pela coordenadora, ela me perguntou como eu ia trabalhar. Disse que começaria trabalhando o alfabeto, mas depois da letra A eu iria trabalhar o E e não o B como seria lógico. A coordenadora disse que eu estava definindo minha concepção com aquela afirmação, hoje eu entendo claramente os erros que cometi. Nos cursos que o SESI promovia anualmente fui aprendendo a trabalhar com textos, explorando os portadores, e aprimorando minha prática, mas ainda estava longe de ter uma prática boa.
Em 1997, passei no concurso para professora adjunta de Ensino Fundamental I, no ano seguinte estava novamente com uma 1ª série. Trabalhava com uma colega que me ensinou muito. Comecei a fazer avaliação das fases da escrita, mas elas não serviam para nada além de me informar os avanços das crianças, felizmente elas aprenderam bastante aquele ano, terminaram lendo, escrevendo pequenos textos, e eu trabalhei com o alfabeto na sequencia certa. Como avanço meu, devo registrar que não utilizei família silábica, já sabia que não servia para aprender a ler e escrever.
Estava melhorando minha concepção de alfabetização, porém estava sempre insatisfeita achando que ainda não era assim que se alfabetizava, que deveria haver um jeito melhor. Aprendia sempre com as colegas de trabalho com quem conseguia discutir idéias e maneiras e não apenas trocar atividades. Nunca consegui pegar atividades das colegas que não se encaixavam no tema que eu estava trabalhando com meus alunos, minhas atividades estavam sempre dentro de sequencias que criavam estabilidade e coerência no trabalho. Aos poucos fui aprendendo como as crianças aprendem (aprendem com o uso social da escrita, com bons textos, e não apenas com a sequencia de alfabeto e o conhecimento de letras isoladas).
Em 1999 me propus a fazer um trabalho de alfabetização com uma sala de 2º ano, com crianças que não estavam alfabetizadas. Comecei a trabalhar com os nomes, lista de chamada, ditado desses nomes (com consulta da lista), livrinho de nomes e muitas outras atividades de um livro, que infelizmente não me lembro a autoria e o título. Emprestei e não recebi de volta. Esse livro trazia uma concepção boa de alfabetização, com a qual me identifiquei na época, e fiz um bom trabalho. Também usava poesias colando em um caderno separado, que as crianças ilustravam, achavam as rimas, o nome, o autor, etc. Quem que me ajudou muito foi uma Coordenadora Pedagógica que eu tinha na EMEI, Profª Ana Celina Dias Novaes. Para ela eu pedia dicas e orientações. Ela me indicava leituras, apontava erros e acertos do trabalho. Com ela aprendi a observar as crianças, voltar meu olhar para situações importantes, trabalhar com poesias, letras de músicas (inclusive MPB, que eu achava que não tinha nada a ver com crianças pequenas), elaborar pequenos projetos, cantigas de roda, teatro, e principalmente contar histórias, (muitas histórias, todos os dias histórias).
Esse trabalho me levou a ser orientadora de sala de leitura (de 2000 a 2005), período que fiquei fora da sala de aula na EMEF. Nesse período aprendi muito, fiz muitos cursos voltados para divulgação da cultura, música, folclore, artes, etc.

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