Está uma noite muito fria em São Paulo, ainda bem que amanhã chega a primavera. Tomara que ela traga esperança e novas forças junto com as flores e brotos.
Amanhã também é aniversário do João, meu marido está ficando mais velho...
Fiz um cartão lindo pra ele.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
professor, uma espécie em extinção!!
PROFESSOR – UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO
Por Verônica Dutenkefer (20/06/2009)
Esse texto que escrevo precisamente agora é mais um desabafo.
Desabafo de uma profissional que está lecionando há mais de 22 anos e que não sabe se sobreviverá por mais dez anos, que é o tempo que ainda precisarei trabalhar (por mais que ame muito o que faz).
Trago comigo muitas perguntas que não querem calar. E talvez a mais inquietante é: O que será necessário acontecer para se fazer uma reforma educacional neste país????
Constantemente ouço ou leio reportagens com as autoridades educacionais proclamarem a má formação de seus professores. Culpando as universidades, a falta de cursos de formação e culpando-nos evidentemente.
Se a educação neste país não vai bem só existe um culpado: o professor.
E aí vem meus questionamentos:
Como um professor de escola pública pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer seu aluno que foi ferido por outro aluno, planejar várias aulas para se trabalhar os bons hábitos na tentativa vã de se formar cidadãos mais conscientes e de melhor caráter?
Nos cursos de formação nos é passado constantemente a recusa de um programa tradicional e conteudista, mas nossas avaliações de desempenho das escolas, nossos vestibulares e concursos públicos ainda são tradicionais e nos cobra o conteúdo de cada disciplina.
Como pode num país.....num estado...num município haver regras tão diferentes entre a rede particular e pública?
Na rede particular as escolas continuam conteudistas, há a seriação com reprovação, a escola pode suspender ou até mesmo expulsar um aluno que não esteja respeitando as regras daquela instituição.
A rede pública vive mudando o enfoque pedagógico (de acordo com o partido que ganhou as eleições), é cobrado cada vez menos do aluno, não se pode fazer absolutamente nada com um aluno indisciplinado que até mesmo coloca em risco a segurança de outros alunos e funcionários daquela instituição.
Dia a dia...minuto a minuto... os professores são alvos de agressões verbais e até mesmo física pelos alunos. A cada dia somos submetidos a níveis de stress insuportáveis para um ser humano.
Temos que dar conta do conteúdo a ser ensinado + sermos responsáveis pela segurança física de nossos alunos + sermos médicos + enfermeiros + psicólogos + assistentes sociais + dentistas + psiquiatras + mãe + pai ......
E quando ameaçados de morte e recorremos a uma delegacia pra fazer um boletim de ocorrência ouvimos: “Isto não vai adiantar nada!”
Meus bons alunos presenciam o mal aluno fazendo tudo o que não pode ser feito e não acontecendo nada com ele. É o exemplo da impunidade desde a infância.
Meus bons alunos presenciam que o aluno que não fez absolutamente nada durante o ano, passou de ano como ele, que se esforçou e foi responsável.
Houve um ano que eu tinha um aluno que era muito bom. E ele começou a faltar muito e ir mal na escola. Os colegas diziam que ele ficava empinando pipa ao invés de ir pra escola. Um dia, tive uma conversa com ele, e perguntei o que estava acontecendo? E ele me disse: “Prá que eu vou vir prá escola se eu vou passar de ano mesmo assim?”
Então eu procurei aconselhar (como faço com meus alunos até hoje) que ele devia freqüentar a escola, não para tirar notas boas nas provas ou passar de ano. Ele deveria vir a escola para aumentar seu conhecimento que é o único bem que ninguém poderá roubar.Que a escola iria ajudá-lo a aprender e trocar conhecimentos com os outros e ajudá-lo a dar uma melhor formação na vida..
Depois dessa conversa ele não faltou mais tanto...mas nunca mais voltou a ser o excelente aluno que era.
Qual a motivação de ser bom aluno hoje em dia?
Seus ídolos são jogadores de futebol que não falam o português corretamente e que não hesitam em agredir seus colegas jogadores e até mesmo os árbitros. Ensinando que não é necessário haver respeito as autoridades e aos outros.
Ou são dançarinas que mostram seu corpo rebolando na televisão e pousando nuas para ganhar dinheiro.
Para quê eu me matar de estudar se há tantas profissões que não são valorizados e nem respeitadas? ??
Conheci (e ainda conheço e convivo) ao longo de minha carreira na escola pública, inúmeros profissionais maravilhosos. Pessoas que amam a sua profissão, que se preocupam com seus alunos, que fazem trabalhos excepcionais. Que possuem um conhecimento e formação excelentes, mas que estão desgastados e quase arrasados diante da atual situação educacional.
Li há poucos dias num artigo que os cursos de filosofia, matemática, química, biologia e outros todos ligados a área de magistério não estão tendo procura nas universidades.
Lógico!!!!!Quem é que quer ser professor??? ??????
Quem é que quer entrar numa carreira que está sendo extinta, não só pela total desvalorização e respeito, mas também pela falta de segurança que estamos enfrentando nas escolas.
Fiquei indignada com uma reportagem na TV (que aliás adora fazer reportagens sensacionalistas colocando o professor sempre como vilão da história) em que relatava que numa escola um aluno ameaçava os outros com um revólver e num determinado momento o repórter perguntou:”Onde estava o professor que não viu isso??!!”
E agora eu pergunto: “O que se espera de um professor (ou de qualquer ser humano), que se faça com uma arma apontada pra você ou pra outro ser humano??? Ah...já sei...o professor deveria enfrentar as balas do revólver!!!! Claro!!! As universidades e os cursos de aperfeiçoamento de professores não estão nos ensinando isso..
Vocês tem conhecimento de como os professores de nosso país estão adoecendo??? ?
Vocês sabem o que é enfrentar o stress que a violência moral e física tem nos submetido dia a dia?
Você sabe o que é ouvir de um pai frases assim:
“Meu filho mentiu, mas ele é apenas uma criança!”
“Eu não sei mais o que fazer com o meu filho!”
“Você está passando muita lição para meu filho, e ele é apenas uma criança!”
“Ele agrediu o coleguinha, mas não foi ele quem começou.”
“Meu filho destruiu a escola, mas não fez isso sozinho!”
Classes super lotadas, falta de material pedagógico, espaço físico destruído, violência, desperdício de merenda, desperdício de material escolar que eles recebem e, muitas vezes, não valorizam (afinal eles não precisam fazer absolutamente nada para merecê-los), brigas por causa do “Leve-leite” (o aluno não pode faltar muito, não por que isso prejudica sua aprendizagem, mas porque senão ele não leva o leite.)
Regras educacionais dissonantes de acordo com a classe social dos alunos.
Impunidade.
Mas a educação não vai bem, por causa do professor..
Encerro esse desabafo com essa pergunta que li há poucos dias:
Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.
"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
Por Verônica Dutenkefer (20/06/2009)
Esse texto que escrevo precisamente agora é mais um desabafo.
Desabafo de uma profissional que está lecionando há mais de 22 anos e que não sabe se sobreviverá por mais dez anos, que é o tempo que ainda precisarei trabalhar (por mais que ame muito o que faz).
Trago comigo muitas perguntas que não querem calar. E talvez a mais inquietante é: O que será necessário acontecer para se fazer uma reforma educacional neste país????
Constantemente ouço ou leio reportagens com as autoridades educacionais proclamarem a má formação de seus professores. Culpando as universidades, a falta de cursos de formação e culpando-nos evidentemente.
Se a educação neste país não vai bem só existe um culpado: o professor.
E aí vem meus questionamentos:
Como um professor de escola pública pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer seu aluno que foi ferido por outro aluno, planejar várias aulas para se trabalhar os bons hábitos na tentativa vã de se formar cidadãos mais conscientes e de melhor caráter?
Nos cursos de formação nos é passado constantemente a recusa de um programa tradicional e conteudista, mas nossas avaliações de desempenho das escolas, nossos vestibulares e concursos públicos ainda são tradicionais e nos cobra o conteúdo de cada disciplina.
Como pode num país.....num estado...num município haver regras tão diferentes entre a rede particular e pública?
Na rede particular as escolas continuam conteudistas, há a seriação com reprovação, a escola pode suspender ou até mesmo expulsar um aluno que não esteja respeitando as regras daquela instituição.
A rede pública vive mudando o enfoque pedagógico (de acordo com o partido que ganhou as eleições), é cobrado cada vez menos do aluno, não se pode fazer absolutamente nada com um aluno indisciplinado que até mesmo coloca em risco a segurança de outros alunos e funcionários daquela instituição.
Dia a dia...minuto a minuto... os professores são alvos de agressões verbais e até mesmo física pelos alunos. A cada dia somos submetidos a níveis de stress insuportáveis para um ser humano.
Temos que dar conta do conteúdo a ser ensinado + sermos responsáveis pela segurança física de nossos alunos + sermos médicos + enfermeiros + psicólogos + assistentes sociais + dentistas + psiquiatras + mãe + pai ......
E quando ameaçados de morte e recorremos a uma delegacia pra fazer um boletim de ocorrência ouvimos: “Isto não vai adiantar nada!”
Meus bons alunos presenciam o mal aluno fazendo tudo o que não pode ser feito e não acontecendo nada com ele. É o exemplo da impunidade desde a infância.
Meus bons alunos presenciam que o aluno que não fez absolutamente nada durante o ano, passou de ano como ele, que se esforçou e foi responsável.
Houve um ano que eu tinha um aluno que era muito bom. E ele começou a faltar muito e ir mal na escola. Os colegas diziam que ele ficava empinando pipa ao invés de ir pra escola. Um dia, tive uma conversa com ele, e perguntei o que estava acontecendo? E ele me disse: “Prá que eu vou vir prá escola se eu vou passar de ano mesmo assim?”
Então eu procurei aconselhar (como faço com meus alunos até hoje) que ele devia freqüentar a escola, não para tirar notas boas nas provas ou passar de ano. Ele deveria vir a escola para aumentar seu conhecimento que é o único bem que ninguém poderá roubar.Que a escola iria ajudá-lo a aprender e trocar conhecimentos com os outros e ajudá-lo a dar uma melhor formação na vida..
Depois dessa conversa ele não faltou mais tanto...mas nunca mais voltou a ser o excelente aluno que era.
Qual a motivação de ser bom aluno hoje em dia?
Seus ídolos são jogadores de futebol que não falam o português corretamente e que não hesitam em agredir seus colegas jogadores e até mesmo os árbitros. Ensinando que não é necessário haver respeito as autoridades e aos outros.
Ou são dançarinas que mostram seu corpo rebolando na televisão e pousando nuas para ganhar dinheiro.
Para quê eu me matar de estudar se há tantas profissões que não são valorizados e nem respeitadas? ??
Conheci (e ainda conheço e convivo) ao longo de minha carreira na escola pública, inúmeros profissionais maravilhosos. Pessoas que amam a sua profissão, que se preocupam com seus alunos, que fazem trabalhos excepcionais. Que possuem um conhecimento e formação excelentes, mas que estão desgastados e quase arrasados diante da atual situação educacional.
Li há poucos dias num artigo que os cursos de filosofia, matemática, química, biologia e outros todos ligados a área de magistério não estão tendo procura nas universidades.
Lógico!!!!!Quem é que quer ser professor??? ??????
Quem é que quer entrar numa carreira que está sendo extinta, não só pela total desvalorização e respeito, mas também pela falta de segurança que estamos enfrentando nas escolas.
Fiquei indignada com uma reportagem na TV (que aliás adora fazer reportagens sensacionalistas colocando o professor sempre como vilão da história) em que relatava que numa escola um aluno ameaçava os outros com um revólver e num determinado momento o repórter perguntou:”Onde estava o professor que não viu isso??!!”
E agora eu pergunto: “O que se espera de um professor (ou de qualquer ser humano), que se faça com uma arma apontada pra você ou pra outro ser humano??? Ah...já sei...o professor deveria enfrentar as balas do revólver!!!! Claro!!! As universidades e os cursos de aperfeiçoamento de professores não estão nos ensinando isso..
Vocês tem conhecimento de como os professores de nosso país estão adoecendo??? ?
Vocês sabem o que é enfrentar o stress que a violência moral e física tem nos submetido dia a dia?
Você sabe o que é ouvir de um pai frases assim:
“Meu filho mentiu, mas ele é apenas uma criança!”
“Eu não sei mais o que fazer com o meu filho!”
“Você está passando muita lição para meu filho, e ele é apenas uma criança!”
“Ele agrediu o coleguinha, mas não foi ele quem começou.”
“Meu filho destruiu a escola, mas não fez isso sozinho!”
Classes super lotadas, falta de material pedagógico, espaço físico destruído, violência, desperdício de merenda, desperdício de material escolar que eles recebem e, muitas vezes, não valorizam (afinal eles não precisam fazer absolutamente nada para merecê-los), brigas por causa do “Leve-leite” (o aluno não pode faltar muito, não por que isso prejudica sua aprendizagem, mas porque senão ele não leva o leite.)
Regras educacionais dissonantes de acordo com a classe social dos alunos.
Impunidade.
Mas a educação não vai bem, por causa do professor..
Encerro esse desabafo com essa pergunta que li há poucos dias:
Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.
"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
No início do meu blog, contei que fui convidada pra participar de um grupo de professores alfabetizadores, no DOT (diretoria de orientação tecnica) para estudar um pouco mais sobre alfabetização. este mês a tarefa do encontro era escrever uma carta contando a trajetória e o crescimento profissional, eis a minha......
Preciso melhorar meu texto, mas estou no caminho.....
Recortes da minha trajetória como professora:
Ingressei na carreira do magistério em 1985, após a conclusão do magistério em 1982 na Escola Estadual “Padre Anchieta”, no bairro do Brás em São Paulo. Tive o privilégio de passar no primeiro concurso de que participei e entrei na rede municipal de ensino como professora titular de Educação Infantil. Um privilégio e ao mesmo tempo um sofrimento, não sabia o que fazer com aquelas 40 crianças de 4 anos durante 4 horas seguidas. Uma assistente de direção me ajudou muito, deu boas dicas que se tornaram apropriadas.
Depois de idas e vindas na carreira e na vida, em 1995 tive atribuída minha primeira sala de alfabetização. A coordenadora da escola (rede do SESI) confiava no trabalho que eu havia feito no ano anterior com uma sala de 2º ano e me atribuiu um 1º ano. Nos encontros de planejamento que era construído junto com as colegas de outras séries e acompanhado pela coordenadora, ela me perguntou como eu ia trabalhar. Disse que começaria trabalhando o alfabeto, mas depois da letra A eu iria trabalhar o E e não o B como seria lógico. A coordenadora disse que eu estava definindo minha concepção com aquela afirmação, hoje eu entendo claramente os erros que cometi. Nos cursos que o SESI promovia anualmente fui aprendendo a trabalhar com textos, explorando os portadores, e aprimorando minha prática, mas ainda estava longe de ter uma prática boa.
Em 1997, passei no concurso para professora adjunta de Ensino Fundamental I, no ano seguinte estava novamente com uma 1ª série. Trabalhava com uma colega que me ensinou muito. Comecei a fazer avaliação das fases da escrita, mas elas não serviam para nada além de me informar os avanços das crianças, felizmente elas aprenderam bastante aquele ano, terminaram lendo, escrevendo pequenos textos, e eu trabalhei com o alfabeto na sequencia certa. Como avanço meu, devo registrar que não utilizei família silábica, já sabia que não servia para aprender a ler e escrever.
Estava melhorando minha concepção de alfabetização, porém estava sempre insatisfeita achando que ainda não era assim que se alfabetizava, que deveria haver um jeito melhor. Aprendia sempre com as colegas de trabalho com quem conseguia discutir idéias e maneiras e não apenas trocar atividades. Nunca consegui pegar atividades das colegas que não se encaixavam no tema que eu estava trabalhando com meus alunos, minhas atividades estavam sempre dentro de sequencias que criavam estabilidade e coerência no trabalho. Aos poucos fui aprendendo como as crianças aprendem (aprendem com o uso social da escrita, com bons textos, e não apenas com a sequencia de alfabeto e o conhecimento de letras isoladas).
Em 1999 me propus a fazer um trabalho de alfabetização com uma sala de 2º ano, com crianças que não estavam alfabetizadas. Comecei a trabalhar com os nomes, lista de chamada, ditado desses nomes (com consulta da lista), livrinho de nomes e muitas outras atividades de um livro, que infelizmente não me lembro a autoria e o título. Emprestei e não recebi de volta. Esse livro trazia uma concepção boa de alfabetização, com a qual me identifiquei na época, e fiz um bom trabalho. Também usava poesias colando em um caderno separado, que as crianças ilustravam, achavam as rimas, o nome, o autor, etc. Quem que me ajudou muito foi uma Coordenadora Pedagógica que eu tinha na EMEI, Profª Ana Celina Dias Novaes. Para ela eu pedia dicas e orientações. Ela me indicava leituras, apontava erros e acertos do trabalho. Com ela aprendi a observar as crianças, voltar meu olhar para situações importantes, trabalhar com poesias, letras de músicas (inclusive MPB, que eu achava que não tinha nada a ver com crianças pequenas), elaborar pequenos projetos, cantigas de roda, teatro, e principalmente contar histórias, (muitas histórias, todos os dias histórias).
Esse trabalho me levou a ser orientadora de sala de leitura (de 2000 a 2005), período que fiquei fora da sala de aula na EMEF. Nesse período aprendi muito, fiz muitos cursos voltados para divulgação da cultura, música, folclore, artes, etc.
Preciso melhorar meu texto, mas estou no caminho.....
Recortes da minha trajetória como professora:
Ingressei na carreira do magistério em 1985, após a conclusão do magistério em 1982 na Escola Estadual “Padre Anchieta”, no bairro do Brás em São Paulo. Tive o privilégio de passar no primeiro concurso de que participei e entrei na rede municipal de ensino como professora titular de Educação Infantil. Um privilégio e ao mesmo tempo um sofrimento, não sabia o que fazer com aquelas 40 crianças de 4 anos durante 4 horas seguidas. Uma assistente de direção me ajudou muito, deu boas dicas que se tornaram apropriadas.
Depois de idas e vindas na carreira e na vida, em 1995 tive atribuída minha primeira sala de alfabetização. A coordenadora da escola (rede do SESI) confiava no trabalho que eu havia feito no ano anterior com uma sala de 2º ano e me atribuiu um 1º ano. Nos encontros de planejamento que era construído junto com as colegas de outras séries e acompanhado pela coordenadora, ela me perguntou como eu ia trabalhar. Disse que começaria trabalhando o alfabeto, mas depois da letra A eu iria trabalhar o E e não o B como seria lógico. A coordenadora disse que eu estava definindo minha concepção com aquela afirmação, hoje eu entendo claramente os erros que cometi. Nos cursos que o SESI promovia anualmente fui aprendendo a trabalhar com textos, explorando os portadores, e aprimorando minha prática, mas ainda estava longe de ter uma prática boa.
Em 1997, passei no concurso para professora adjunta de Ensino Fundamental I, no ano seguinte estava novamente com uma 1ª série. Trabalhava com uma colega que me ensinou muito. Comecei a fazer avaliação das fases da escrita, mas elas não serviam para nada além de me informar os avanços das crianças, felizmente elas aprenderam bastante aquele ano, terminaram lendo, escrevendo pequenos textos, e eu trabalhei com o alfabeto na sequencia certa. Como avanço meu, devo registrar que não utilizei família silábica, já sabia que não servia para aprender a ler e escrever.
Estava melhorando minha concepção de alfabetização, porém estava sempre insatisfeita achando que ainda não era assim que se alfabetizava, que deveria haver um jeito melhor. Aprendia sempre com as colegas de trabalho com quem conseguia discutir idéias e maneiras e não apenas trocar atividades. Nunca consegui pegar atividades das colegas que não se encaixavam no tema que eu estava trabalhando com meus alunos, minhas atividades estavam sempre dentro de sequencias que criavam estabilidade e coerência no trabalho. Aos poucos fui aprendendo como as crianças aprendem (aprendem com o uso social da escrita, com bons textos, e não apenas com a sequencia de alfabeto e o conhecimento de letras isoladas).
Em 1999 me propus a fazer um trabalho de alfabetização com uma sala de 2º ano, com crianças que não estavam alfabetizadas. Comecei a trabalhar com os nomes, lista de chamada, ditado desses nomes (com consulta da lista), livrinho de nomes e muitas outras atividades de um livro, que infelizmente não me lembro a autoria e o título. Emprestei e não recebi de volta. Esse livro trazia uma concepção boa de alfabetização, com a qual me identifiquei na época, e fiz um bom trabalho. Também usava poesias colando em um caderno separado, que as crianças ilustravam, achavam as rimas, o nome, o autor, etc. Quem que me ajudou muito foi uma Coordenadora Pedagógica que eu tinha na EMEI, Profª Ana Celina Dias Novaes. Para ela eu pedia dicas e orientações. Ela me indicava leituras, apontava erros e acertos do trabalho. Com ela aprendi a observar as crianças, voltar meu olhar para situações importantes, trabalhar com poesias, letras de músicas (inclusive MPB, que eu achava que não tinha nada a ver com crianças pequenas), elaborar pequenos projetos, cantigas de roda, teatro, e principalmente contar histórias, (muitas histórias, todos os dias histórias).
Esse trabalho me levou a ser orientadora de sala de leitura (de 2000 a 2005), período que fiquei fora da sala de aula na EMEF. Nesse período aprendi muito, fiz muitos cursos voltados para divulgação da cultura, música, folclore, artes, etc.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Realizei um sonho este mês. Sempre gostei muito de fotografia. Ano passado meu filho se casou e eu achei que poderia fazer um album de fotografia pra eles. Comecei a editar umas fotos no PHOTOSCAPE, mas não acertava o tamanho das fotos. Apanhei bastante, errei bastante até saber que tinha que fazer no PHOTOSHOP. Uma descoberta importante, mas........mas como usar esse photoshop???? Foi uma briga dificil, cheguei a me sentir completamente incompetente, como é que tanta gente consegue aprender sozinha e eu não conseguia??
Aos poucos e com a ajuda das minhas amigas da escola, fui conseguindo, aprendendo...e finalmente o album ficou pronto!
Fiquei muuito feliz. vejam um pouquinho de resultado!!
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