sábado, 14 de março de 2009

Rosemeire Vega


Projeto: Nossa Escola Tem História

Meu nome é Rosemeire Vega. Sou professora de ensino fundamental I e trabalho na Emef Prof. José Querino Ribeiro, zona leste de São Paulo.
Era uma vez um fusca. Eu era uma “menina” de 35 anos, divorciada, com dois filhos lindos. Minha vida havia começado de verdade há bem pouco tempo. Aproximadamente cinco anos antes, com o divórcio. Os horizontes haviam se aberto, recomecei a trabalhar como professora do Sesi e fui aprender a dirigir - um sonho acalentado há anos.
Comprei à vista o meu fusca azul prateado, com farol fafá, bancos de Escort cinza com pintinhas vermelhas.
Tudo ganhou um novo sentido: os passeios pra casa da mãe de final de semana já não precisavam da carona dos irmãos pra retornar pra Itaquera, quando a festinha se estendia um pouco mais.
Também não tinha problema acordar um pouquinho mais tarde, pois o fusquinha não me deixava perder a hora. Lavar o carro no sábado à tarde era a oitava maravilha. Apirar, passar querosene, cera, cheirinho de tutti-frutti, enfim, fiquei especialista.
Logo uma amiga me convidou pra passar o fim de semana na praia. Ia um grupo grande de pessoas e faltava carro.
Eu com medo, pois minha habilitação tinha apenas dois meses, fui. Minha primeira viagem dirigindo deixou muitas lembranças inesquecíveis. Sete meses depois, um domingo à noite, fui para a igreja.
Estava muito feliz, pois havia mudado de casa, estava no meu apartamento novo.
Quando saí do culto, onde estava meu fusca? Tive aquela sensação que todo mundo tem: “acho que não foi aqui que eu estacionei”. Mas havia sido ali mesmo! O sonho acabou.
Fiquei sem fusca, chorei a noite inteira, fui procurar com minha amiga, com meus irmãos, mas o fusca ficou apenas na lembrança, na doce lembrança do meu primeiro carro!!!

(Depoimento enviado em 27 de outubro de 2008)

5 comentários:

Mi disse...

Nossa Rô, rememorei toda aquela emoção do passado! Que dureza!
Mas olha, se você estava com 35 anos, foram somente 10 que se passaram, quantas conquistas não? Chega a ser surpreendente! Você precisa escrever sobre elas.
Continuo sempre torcendo por você. Bjs

Helo disse...

Você é simplesmente MARAVILHOSA!!!

E a forma como escreve então... nem se fala.

Te admiro muito viu?

Monica Ruibal disse...

Cadê o restante da história...quero mais !!!
Rose terminei de ler " A cidade do Sol "....meu Deus do céu que tristeza, que vida dura que essas mulheres tiveram, né ?
Achei muito mais triste que "O caçador de Pipas", talvez porque esteja num outro momento....mas, até que no finalzinho dá uma aliviada !!!
Agora não sei o que ler, vc tem alguma dica ?
bjs

rose vega fotografia disse...

Monica, minha história é muito longa, mas também muito legal. Costumo dizer pras minhas amigas que eu sou uma sobrevivente de naufrágio......Já sobrevivi ao final de um casamento, ao final de um grande amor (não sei se foi final mesmo...essas coisas a gente nunca sabe rs rs )
Criei meus dois filhos quase sozinha, e vejo com orgulho que muita coisa deu certo, eles são umas gracinhas de pessoas. Batalhadores, responsáveis e facilmente amados pelas pessoas que nos cercam.
Venci muitas batalhas, muitas brigas, enfim sobrevivi, agora quero ser feliz!!!!
Quero amar muuuito e se puder, ser amada!!!

Monica Ruibal disse...

Parabéns Rose por ser essa pessoa forte mas que não perdeu a sensibilidade e a vontade de ser feliz !!
bjs